domingo, 3 de agosto de 2008

9ª Sinfonia de Beethoven / "Ode à Alegria" de Schiller

Retirado para um lugarejo próximo a Viena chamado Heiligenstadt, onde morava já há alguns anos, Beethoven concluiu a sua obra-prima em fevereiro de 1824. Encontrara afinal a solução, busca há anos, que lhe permitira musicar os difíceis versos da “An die Freude (Ode à Alegria)” de Schiller. O poeta compôs a Ode para que um amigo seu, um franco-maçom, a cantasse com seus companheiros nas lojas da irmandade. Schiller, em apenas 18 belíssimas estrofes, celebrava os valores do iluminismo (o cosmopolitismo, a superação das desavenças nacionais, a pregação da tolerância, e a consciência de pertencer-se a um mundo só). Beethoven, na época um entusiasta republicano, embebido pelos ideais da Revolução Francesa de 1789, sentiu-se tentado em transformar o que lera em algo imorredouro.

A Nona Sinfonia revelou-se extraordinária. Dotara-a de uma grandiosidade heróica que só ele até então conseguira dar à música alemã. É uma apologia aos tempos futuros, à morada do Elíseo, ao porvir, quando então seremos um mundo só. Apesar de ter sido dedicada ao rei Frederico Guilherme III da Prússia, que como todos os monarcas da sua época era hostil aos ideais de liberdade, a obra-prima de Beethoven apresenta o paradoxo de ser entendida como um hino da emancipação do mundo europeu dos tempos feudais, liberto da tirania e das cargas da servidão. A alegria, pois, que a Nona Sinfonia exalta não se perdera num tempo remoto, numa Arcádia sem volta. Ao contrário, a alegria, a felicidade, estão ao nosso alcance logo ali em frente, bastando que superemos as nossas estreitezas culturais e a mediocridade política que nos cerca.


Continuando a tentativa de diversificação típica do blog,
e agora para ouvidos mais, digamos, ‘rebuscados’, deixo aqui
a legenda em português para o quarto movimento da
Nona Sinfonia de Beethoven, traduzida diretamente do poema de
Schiller e sincronizada com uma apresentação dirigida por
Herbet Von Karajan para a Filarmônica de Berlim.
O arquivo pesa 697MB e pode ser encontrado
facilmente no Emule neste LINK.

Querendo só ouvi-la, baixe-a AQUI.


Legenda, claro, acessar AQUI.

Um comentário:

Anônimo disse...

cheguei no seu blog pq vi um documentário sobre Karajan na tv cultura, e tava a fim de ouvir a nona de beethoven

ótimo o seu post, mas infelizmente o site http://mp3.dw-world.de/ tá fora do ar, e não curto Emule

agradeço se fizer novo post com novo link pra download ;-)