domingo, 26 de janeiro de 2020

Ted - För kärlekens skull (2018)



Livremente baseado na vida de Ted Gärdestad, um dos artistas pop mais conhecidos da Suécia na década de 1970, e na de seu irmão Kenneth, que escrevia as letras das músicas de Ted, mas não compartilhou sua fama.

Em 1971, Ted Gärdestad, de 15 anos, enfrenta um ainda garoto Björn Borg na final do campeonato sueco de tênis. Ele nota a namorada de Borg, Helena, na torcida, e sua concentração é interrompida por uma inspiração repentina para uma música sobre ela. Isto ilustra o quanto Ted é curioso, talentoso musicalmente e inquieto. Pouco depois conhece Björn & Benny, Agnetha & Anni-Fri (ABBA), além do empresário Stikkan Anderson, e se torna um dos cantores pop mais conhecidos da Suécia.
Após o sucesso, Ted começa a sentir sintomas de esquizofrenia, na forma de alucinações de uma figura ameaçadora que lhe diz para não confiar em ninguém. Nos anos seguintes procura a calma e um senso de identidade e é apresentado ao movimento Rajneesh. Ele começa a se distanciar de sua família de várias maneiras e se muda para Rajneeshpuram, no Oregon.

De volta ao seu país, retoma o contato com sua família e com sua música, mesmo ainda lutando contra seus demônios. “Ted - För kärlekens skull” é um filme sensível e musical, mas que reflete o drama por qual passou este artista pouco conhecido fora da Suécia.


IMDB 


segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Villains (2019)

Crítica Por Eduardo Kacic, Setembro 10, 2019

Os personagens de filmes de horror geralmente são forçados a tomar algumas decisões bastante estúpidas, de forma que a trama possa seguir em uma determinada direção. A estupidez destes personagens entretanto, nunca havia sido justificada. Até agora. De vez em quando, é preciso que um certo diretor tenha a coragem de fazer com que seus personagens cretinos funcionem em um filme, principalmente quando falamos do traiçoeiro terreno das comédias de humor-negro. Com este Villains (EUA, 2019), Robert Olsen e Dan Berk (da pequena gema do suspense O Corpo, 2015), provam ser dois destes diretores corajosos, já que seu filme é tão maluco quanto ultrajante. Uma verdadeira montanha-russa do macabro.



Mickey (Bill Skarsgård, o palhaço Pennywise de It: A Coisa, cuja crítica também está disponível aqui no Portal do Andreoli) e Jules (A bela Maika Monroe de O Hóspede e Tau, cujas críticas também estão disponíveis aqui no Portal), não são as geniais mentes criminosas que eles acham que são. A dupla tem grandes planos de se mudar para a Flórida e viver de brisa, mas para concretizar tais planos, eles decidem roubar um posto de gasolina de maneira deveras incompetente, já que os dois não conseguem nem sequer abrir a caixa registradora.

Jules e Mickey estão bem longe de ser uma versão moderna de Bonnie e Clyde. Eles não sabem cometer crimes ou mesmo tomar alguma decisão inteligente, e podem ser vistos como uma versão mais jovem do tolo porém adorável casal do filme Arizona Nunca Mais (Raising Arizona, 1987). Após deixar o posto de gasolina até que com algum dinheiro, eles constatam que esqueceram de encher o tanque do próprio carro, e pouco depois, acabam perdidos numa floresta. Após caminhar por um tempo no meio do mato, Mickey e Jules avistam uma casa no local e decidem invadi-la com o propósito de roubar o carro que está na garagem para completarem a fuga. Porém, quando entram na casa, a dupla comete uma das decisões estúpidas que eu mencionei lá em cima no texto, ao decidirem explorar o que tem no porão do local. Nem preciso dizer que tal decisão colocará o casal em maus lençóis…

 



Sem entregar muito o que vem a seguir na produção, tudo muda quando Mickey e Jules fazem uma terrível descoberta no tal porão, e quando os donos da casa retornam ao local. Gloria (Kyra Sedgwick, de Vida de Solteiro) e George (Jeffrey Donovan, do drama A Troca), podem ser considerados como uma espécie de Mickey e Jules, porém mais velhos e com o nível de psicopatia chegando ao teto. À partir do momento em que a trama adentra a casa de Gloria e George, o público passa a ter a impressão de que há algo errado. A casa parece presa nos anos 50, e seus anfitriões parecem saídos da ala mais barra pesada do asilo Arkham. Basta dizer que tanto Donovan quanto Sedgwick (o destaque do filme) estão sensacionais, e o bom desenvolvimento de seus personagens garante ainda mais peso ao filme em sua metade final.

Villains também ganha muitos pontos graças a sua dupla de protagonistas, Monroe e Skarsgård, que mostram excelente química em cena. Apesar do filme ser essencialmente uma comédia, Monroe carrega uma inesperada seriedade no papel, e Skarsgård acerta na medida no tom de sua interpretação, basta dar uma olhada em suas expressões e na perícia física para entender o porquê dele ter conseguido o papel do famigerado palhaço Pennywise em It: A Coisa. Tanto Monroe quanto Skarsgård estão adoráveis, mesmo que seus personagens sejam as pessoas mais estúpidas a aparecer no cinema em um bom tempo. Mas tal característica dos personagens funciona muito bem para o filme, já que justifica as escolhas duvidosas dos mesmos e faz com que o público acabe torcendo por estas duas almas perdidas e azaradas.

Berk e Olsen fazem excelente uso de seu pequeno elenco e de sua locação ainda mais limitada em termos de espaço. À medida em que Villains se desenrola, o espectador passa a adquirir um bem-vindo senso do layout do local, especialmente graças às novas maneiras que os diretores encontram de utilizar os cômodos da casa, na maioria das vezes mostrando Jules e Mickey tentando escapar da enrascada em que se meteram. Nas mãos de Berk e Olsen, a pequena casa mais parece um enorme labirinto.

Resumindo, Villains é uma jornada cinematográfica divertidíssima e tão insana quanto a relação de Gloria e George. O filme não é realmente assustador, mas traz emoções suficientes para manter o espectador grudado na cadeira ao mesmo tempo em que arranca algumas gargalhadas aqui e acolá, bem ao estilo “Tô rindo, mas é de nervoso”.

Villains não tem previsão de estreia nos cinemas brasileiros, e deve chegar ao país diretamente através de sistemas de streaming e VOD.
 


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