De
certa forma este é um filme sobre o eterno triangulo amoroso - dois
homens e uma mulher. Bjorn é casado com Guri e Knut, o mais jovem, é o
amigo em comum entre eles. Juntos, os três partem para uma viagem de
caça no outono em que lutam pela atenção de Guri.
“Jakten” não é um melodrama - mas um filme sobre pessoas reais.
Passado, presente e futuro juntos - o elemento tempo é tratado
livremente e dá ao filme muito de sua ousadia. Aqui vemos que apenas
seres humanos comuns podem envolver-se em conflitos e mesmo pessoas
civilizadas colocam o dedo no gatilho.
Estilisticamente é um trabalho diferente da média. Os atores têm
diálogo tanto entre si quanto conosco, o público, personificado na
figura de um narrador. Muito cedo ficamos sabendo que a história toda
pode acabar com a morte de alguém, ou não? E enquanto as coisas se
sucedem vamos descobrindo cada vez mais o que realmente está
acontecendo.
“Jakten” foi mais tarde votado como o melhor filme norueguês de
todos os tempos. Não temos como afirmar isto, mas de qualquer forma é um
dos mais interessantes. Muito experimental, muito emocionante e um
trabalho importante para aqueles interessados na história do cinema.
Esqueça algumas de suas convenções, e você se dará bem nesta jornada.
Erich
Løchen (1924 - 1983) foi um escritor, diretor, editor e músico
profissional de jazz norueguês. Ele começou sua carreira no cinema no
início dos anos 50 fazendo curtas documentais. Foi um dos co-fundadores
da produtora ABC-Film A / S, em 1950, e fez a maioria de seus filmes
(incluindo filmes publicitários) através da empresa. Løchen fez sua
estréia no cinema com o drama “Jakten” em 1959. O filme foi fortemente
influenciado pelas teorias narrativas e dramatúrgicas de Bertolt Brecht,
e foi um filme pouco convencional e um tanto experimental na veia
modernista, tornando Løchen um pioneiro na história do cinema norueguês
e um dos seus verdadeiros modernistas. Seu segundo longa,
“Motforestilling” (traduzido como "Expostulation") de 1972, foi um filme
ainda mais experimental, com claras tendências políticas.
Experimentando a narração de histórias não lineares, Løchen construiu o
filme para desafiar a narrativa convencional, de forma que pudéssemos
mostrar cada um dos cinco atos do filme em qualquer ordem, e tendo assim
um trabalho que pudesse ser visto de 120 maneiras diferentes. Mais
tarde, foi estudo da distorção dos níveis narrativos e do tempo
circular. Além de seus próprios filmes, Løchen também escreveu os
roteiros dos filmes “Knut Formos siste jakt” (1973) e “Fabel” (1980),
ambos dirigidos por seu amigo Jan Erik Düring. De 1981 até seu
falecimento em 1983, Løchen também atuou como diretor artístico da
produtora nacional Norsk Film A / S.
Baseado em fatos reais que ocorreram nos Jogos Olímpicos de 1972 em
Munique. Ele se concentra em uma lendária final entre as equipes de
basquete da URSS e dos EUA.
"TRÊS SEGUNDOS" é um filme de drama esportivo bem realizado que conta
uma grande história e que vai agradar sobretudo aqueles que são fãs de
basquete, já que o longa praticamente reproduz a final olímpica de 1972.
Além disto, apresenta a preparação para os Jogos, os bastidores da
final e os dramas pessoais de vários personagens importantes, inclusive
os conflitos entre jogadores.
A maior bilheteira russa do último ano e o filme mais lucrativo da história da distribuição moderna de filmes russos.
Nesta comédia musical inusitada da Finlândia conhecemos Turo que está preso
a uma pequena cidade do interior e tenta superar seus medos ao liderar a mais
desconhecida banda de heavy metal do país, Impaled Rektum. A melhor coisa em
sua vida é ser o vocalista do grupo, mas um único problema os atormenta: ele e
seus companheiros de banda ensaiam há 12 anos sem tocar em um único show. Os
caras recebem então um visitante surpresa da Noruega - promotor de um enorme
festival - e decidem que é agora ou nunca. A jornada para tornar os sonhos
deles em realidade inclui muito heavy metal, roubo de um cadáver, o céu dos
Vikings e um conflito armado entre a Finlândia e a Noruega.
Como já disse um outro, é o filme mais legal já feito
sobre uma banda de Sinfônico War Metal Extremo Pós-apocalíptico
Moedor-de-renas-abusador-de-Cristo Fenoescandinavo Pagã. Eu como grande fã de
bandas de Sinfônico War Metal Extremo Pós-apocalíptico
Moedor-de-renas-abusador-de-Cristo Fenoescandinavo Pagã me interessei
rapidamente pela película e com um prazer acima da média entrego aqui com
conhecimento de causa a legenda em PT-BR. Confesso que fará mais sentido para
quem entende o gênero, com algumas piadas “internas” e muita música pesada,
ficando claro também que gente do meio teve participação ativa aqui (um deles
foi o baixista do Stratovarius Lauri Porra que ajudou na trilha sonora). Da
metade pro fim o filme dá uma aloprada e o enredo não é um exemplo típico de
imprevisibilidade, mas mesmo assim não deixa de ser divertido e com pano pra
uma continuação pelo menos.
Lançado em 1975, arrasta a honra
de ser o único filme espanhol a estrear sem a pertinente autorização dos
censores da ditadura franquista. E não só por isto “Furtivos” é considerado um
clássico. A história narra a tragedia de Ángel (Ovidi Montllor), um caçador ilegal
que vive em uma floresta com sua mãe Martina (Lola Gaos), uma figura controversa
e super- protetora. De tempos em tempos recebem a visita do governador civil Santiago
(José Luis Borau), filho de leite de Martina, fã de caça, e que esconde as atividades
ilegais da mãe e do filho. Em
uma de suas raras viagens à cidade, Ángel altera a vida de todos quando conhece
Milagros (Alicia Sánchez), fugida de um reformatório para meninas e amante de um
famoso delinquente local a quem chamam “El Cuqui” (Felipe Solano). Ele a
protege e a leva a sua casa, onde a hostilidade da mãe pela recém-chegada, assim
como a atração que seu filho sente pela jovem e, sobretudo, o ambiente
claustrofóbico que gravita nas relações entre os personagens, desembocarão em um
autêntico drama. Uma cruel fábula que combina de uma maneira totalizadora ingredientes
tão díspares - instintos não domesticados, individualismo latente, crueldade vertiginosa,
inocencia primitiva e contexto social estratificado e preconceituoso.
É improvável que algum outro diretor exceto José Luis Borau lutasse tanto
contra a censura para defender seu filme, “Furtivos”, como ele. Produtor,
co-roteirista, diretor e ator, Borau queria fazer um filme que silenciasse as
reprovações que muitas vezes eram feitas por sua admiração pelo cinema
americano. Com
Manuel Gutiérrez Aragón como co-roteirista, ele filmou essa dura e cruel fábula
que os censores queriam massacrar exigindo 40 cortes. Sua
tenacidade, a aclamação da crítica e seleção para competir no Festival de San
Sebastian salvou um filme que ganhou inúmeros prêmios e que foi visto por
quatro milhões de espectadores.
É bem sabido que José Luis Borau é um diretor fora do padrão, um
franco-atirador como o chamavam. Neste seu quarto
longa-metragem determinou-se a fazer em completa liberdade exatamente o filme
que queria e lutou furiosamente contra a censura. “Furtivos”
foi transformado por tudo isso em um símbolo de liberdade de expressão naquela
agitada Espanha de 1975, quando Franco estava morrendo.
O projeto era antigo, como o próprio Borau disse: "Eu sempre quis fazer
um filme de pessoas escondidas, de pessoas que evitam expressar sua
sensibilidade, sua forma de pensar, suas idéias mais íntimas e também seus
prazeres, que vivem presas entre folhagens...". No filme, a floresta é personagem principal. "Oficialmente
existe uma floresta pacífica, parte
de uma paisagem rural castelhana mitificada, mas por trás os animais e os
homens estão rodeados por sangue, crueldade e violência. A idéia da floresta
responde a este atavismo histórico, que tende a identificar o ideal da Espanha
com a floresta continuada... aquela floresta é
um símbolo do nosso país e do nosso modo de vida". Também a relação entre
os personagens principais, Ángel e Martina, tem sido interpretada como uma
metáfora direta para a relação entre a população espanhola e o regime de
Franco. Na
época, a família era freqüentemente apresentada como um microcosmo da própria
situação da nação. Esse
tipo de leitura foi encorajada pelo próprio diretor, que disse aos críticos que
também se inspirara em uma versão feminina da figura mitológica de Saturno
devorando seus filhos, criada pelo cineasta espanhol Luis Buñuel. Além disso, a
presença na trama de tal figura de autoridade chamada “governador”, com seu
acesso privilegiado a locais de caça restritos, abriu a porta para uma
associação direta entre o que os espectadores estavam assistindo na tela e as
desigualdades que caracterizavam o regime de Franco.
A censura entendeu as intenções do filme e decidiu que quarenta planos
deveriam ser suprimidos. Borau disse, "eu não estava disposto a fazer nada
parecido". Como
uma medida de pressão para salvar seu filme, Borau tentou apresentá-lo em um
festival internacional (mesmo carregando uma cópia debaixo de seu braço em
Paris), e o mostrou aos críticos que iniciaram uma campanha de protesto em seu
favor. Um
bom exemplo foi a crítica de Jaume Picas: "Vamos falar sobre este
extraordinário filme espanhol. Borau fez um belo, direto e brutal filme. Posso
dizer que Borau é um dos poucos diretores autênticos de cinema que existe na
Espanha e em suas obras não há erros ou vacilações, não devem ser retocadas".
Selecionado
pelo Festival de San Sebastian, o filme finalmente foi liberado pelos censores
mas com pelo menos cortes em dois níveis: a fachada do Governo Civil de Segovia
e breve nudez feminina. Em
San Sebastián, o sucesso foi total, recebendo a Concha de Ouro de Melhor Filme:
Os problemas continuaram quando A Sociedade
Protetora dos Animais denunciou Borau por sacrificar espécimes durante as
filmagens. O
diretor recebeu ameaças anônimas, enquanto seus denunciadores foram até o
Festival de Chicago para protestar contra o prêmio que havia recebido lá. Meses
depois, “Furtivos” foi o candidato espanhol ao Oscar, e apesar de não ter sido
finalista, o New York Post o considerou um dos dez melhores filmes de 1978
lançados nos Estados Unidos. Na
Espanha, tornou-se um sucesso em massa, perto de quatro milhões de
espectadores.